segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Alguns filmes

Mais um tempo sem computador; mais um tempo de conteúdo (?) atrasado. Pelo menos pude assistir à alguns filmes nos últimos dias que valem à pena.

Confesso que não assisti muitos filmes do Van Damme. Pelo menos não muitos que me marcaram, apesar de inevitalvemente me lembrar de "O Grande Dragão Branco" com certa simpatia nostálgica. Curioso que ao chegar às mãos um filme como "JCVD" (França, 2008), grande parte dos fãs do super astro irão recusá-lo. Eu arriscaria dizer que o filme que leva o nome de Jean Claude Van Damme no título (JCVD) é também seu filme mais diferente; peculiar. Talvez seja uma boa oportunidade para aqueles que não acompanham sua filmografia, e, infelizmente, um filme que vá desagradar aqueles que o fazem, já que não há uma ação frenética do começo ao fim, assim como uma série de elementos de sua carreira não se fazem presentes (até se fazem, mais em termos metalinguísticos).
Mesmo que resumir um filme seja injusto muitas vezes, vou arriscar: "JCVD" é um bom filme, que discute a própria figura do homem por trás do símbolo, e de como essa figura tornou-se também uma prisão angustiante. Pode-se questionar as habilidades de Jean Claude como ator, mas não pode-se questionar sua honestidade ao ver esse filme.
Detalhe para um monólogo ousado de Van Damme, quando ele fala direto com o espectador, que comprova, de certa forma, as linhas acima.
[*]

Walter Salles e Daniela Thomas fazem realmente uma bela dupla de cineastas. "Terra Estrangeira", um dos primeiros de suas carreiras, é um belo trabalho de Cinema, com características que principalmente Walter soube desenvolver ao longo de sua carreira.
O filme é quase que estrangeiro de si mesmo. Da competência habitual desenvolvida nesses últimos anos, a obra radiografa bem, nos seus planos muitas vezes estéticamente bonitos, a vida daqueles que são estrangeiros em sua própria terra, e perdem-se em terras estrangeiras, em busca desse encontro pessoal. A escolha do preto e branco só torna mais coerente o sentimento que perpassa o longa. 
[*]
 
Um dos filmes mais comentados do último ano, "REC" realmente é muito bem feito. Filma a tensão com categoria exemplar; a direção de câmera é excelente. 
Sua ambição é dual: ele poderia, em alguns momentos, traçar um olhar sobre o ser humano como seu maior inimigo, já que se trata de um grupo de pessoas presos em um prédio em quarentena (daí o enlatado norte-americano que saiu depois, refilmagem). Ele não o faz. Mas talvez, de forma sutil, isso esteja lá em certas cenas.
 [*]
"Once" ou "Apenas uma Vez", como ficou entitulado no Brasil, é simplesmente maravilhoso. Eu arriscaria dizer que o filme irlandês é uma obra prima do Cinema contemporâneo, principalmente ao ler esse contemporâneo considerando termos estéticos cinematográficos produzidos nos últimos anos (o uso do digital, por exemplo; câmera na mão).
É difícil tratar com palavras de um filme que respira música (é um musical, mas bem diferente do que se espera de um). Na verdade, "Apenas uma Vez" é simplesmente um tratado maduro sobre o amor, honesto e verdadeiro.
Belo filme, belo filme.

Nenhum comentário:

Postar um comentário